Renato Oliveira acusa esquema de “rachadinha” na Câmara de Embu das Artes; vereadores reagem contra a fala
"Pode trazer o Ministério Público, que ele investigue tudo, que ele investigue contratos na Câmara, a reforma que foi feita sem o nosso consentimento, as coisas que são feitas as escuras em meio a pandemia”, destacou o vereador Ricardo Almeida
18 de março de 2022
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Durante a acalorada sessão ordinária da quarta-feira, 3/3, o presidente da Câmara de Embu das Artes, o vereador Renato Oliveira acusou que assessores parlamentares estão praticando a chamada “rachadinha”, que seria transferência de parte do salário do assessor para outras pessoas atendendo um acordo pré-estabelecido, porém a prática é considerada crime.

Renato direcionou a fala ao vereador Abidan Henrique e afirmou, “eu poderia me movimentar e entender a necessidade de transferências bancárias de assessores para outras pessoas, sistemáticas do mesmo valor todos os meses. Eu poderia pegar um avião e ir até Brasília e despachar pessoalmente com o diretor do Coaf, para que ele pudesse investigar e saber porque essas transferências do mesmo valor todos os meses saem das contas de assessores para conta de outras pessoas. Mas não irei fazer…”, disse Oliveira.

O presidente da Câmara não deixa claro sua denúncia e afirma que não vai levar adiante esses questionamentos e não evidencia quem são os assessores e quem são os demais envolvidos, quando claramente demonstra ter conhecimento do esquema envolvendo um ou mais gabinetes.

Duas semanas depois, o assunto voltou à tona e na sessão da quarta-feira, dia 16/3, os vereadores condenaram a atitude do presidente da Câmara de Embu das Artes, Renato Oliveira e cobram responsabilidade nas falas do parlamentar e outros ainda destacaram o crime de prevaricação, se caso Oliveira tiver provas e não denunciar o crime.

Utilizando da fala na tribuna, o vereador de oposição, Abidan Henrique se posicionou alertando o risco de processo para o presidente. “O senhor é uma autoridade Pública da cidade e deve se responsabilizar por tudo que fala. As ofensas que foram proferidas a mim que eu considero fake news, porque no cargo que o senhor ocupa as acusações incorrem em fake news e prevaricação. E já quero anunciar aqui que o senhor será processado por calúnia e difamação por tudo que falou contra mim”, disse Abidan Henrique.

Um dos vereadores conhecido pelo seu posicionamento forte, Bobilel Castilho falou sobre o tema e após ainda teve uma discussão com Renato, que afirmou que a acusação seria direcionada ao vereador Abidan Henrique. “Eu sempre fui um cara que nunca tive medo de falar, nunca tive medo de me posicionar e não vou ter, porque aqui nessa Casa não foi político que me colocou, foi sim o povo. Fiquei muito triste quando fala de rachadinha nessa casa, pra mim presidente foi uma fala muito irresponsável do senhor, quando falou nessa Casa que vereador faz rachadinha. Eu não participo de rachadinha”.

Em resposta, Oliveira disse: “Eu sou absolutamente responsável por tudo aquilo que eu falo e faço, e eu não fujo dessas responsabilidades. Quando se abre a prerrogativa da fala em tribuna nós temos o direito de livre expressão e também de cada um se posicionar da forma que acha conveniente. Eu faço das suas, as minhas palavras, se a carapuça servir para quem faz algo de errado é só colocar na cabeça”, falou.

Teve quem defendeu apenas sua postura e declarou tranquilidade em qualquer investigação. “Sobre rachadinha, está aí a minha assessoria quem quiser coloca as contas deles no mural aí. É só mandar o Ministério Público investigar, eu não pego dinheiro de ninguém, então eu deito e durmo”, disse Betinho. O vereador Adalto Batista ainda frisou sua demora em conquistar uma vitória nas eleições. “Se falou para um é perigoso servir para todos. Rachadinha comigo não tem, eu levei 28 anos para ganhar uma eleição e estou trabalhando honestamente aqui dentro. Eu quero sair daqui de cabeça erguida, então negócio de rachadinha comigo não existe”, afirmou o vereador Adalto Batista.

O vereador Indio Silva foi incisivo em alertar que é necessário apresentar provas de uma acusação tão grave. “Quem fala o que quer, escuta o que não quer. Se você não tem telhado de vidro, atire a pedra no telhado do vizinho. Então cada um é responsável pelos seus atos e suas palavras, então uma vez que falou precisa começar a aparecer provas”, disse o vereador Indio Silva.

O vereador Ricardo Almeida considerou irresponsabilidade na fala e ainda alertou situações obscuras na legislatura. “Essa tribuna tem um peso muito grande. Palavra e flecha lançada não voltam atrás então uma vez que você fala, você não consegue mudar. Com todo respeito, mas acho que foi uma fala muito irresponsável da parte do senhor. O senhor falou que conhece o diretor do Coaf, que investiga movimentações financeiras acima de R$ 50 mil reais, que iria despachar em Brasília então senhor tem um contato muito forte em Brasília para despachar essa tal rachadinha. Pode trazer o Ministério Público, que ele investigue tudo, que ele investigue contratos na Câmara, a reforma que foi feita sem o nosso consentimento, as coisas que são feitas as escuras em meio a pandemia”, destacou.

Crédito: Redação
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