A Região Metropolitana de São Paulo não tem uma grande chuva há 100 dias. A última chuva volumosa foi no dia 16 de abril, segundo o INMET. Desde então, não houve nenhuma chuva acima de 10 milímetros na área.
Além do tempo seco e a poluição, o nível dos reservatórios que abastece o Estado preocupa, porque cai a cada dia. O sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de aproximadamente 40% da Grande São Paulo, tem menos da metade da capacidade. O sistema teve apenas dois dias de alta desde 1º de abril, início do período de estiagem.
Em 26 de julho de 2013, ano da pré-crise de abastecimento, o índice era melhor: 53,8%.
A represa Guarapiranga também tinha uma situação melhor em 2013. Naquele ano, a capacidade estava em 91,2%. Hoje, tem 63,8%.
A Sabesp diz que as obras de interligação dos rios e de construção do sistema São Lourenço, inaugurado em abril, são suficientes pra compensar o esvaziamento dos reservatórios.
“Nós não temos uma crise hídrica. Nós temos uma condição climática desfavorável. Não dá pra comparar com o que era a crise climática naquele momento, porque a crise climática naquele período de 2014 se refletiu no abastecimento. Hoje nós não temos essa condição. O abastecimento está normal dentro da região metropolitana de São Paulo”, disse o superintendente de produção de água da região metropolitana de São Paulo da Sabesp, Marco Antonio Lopez Barros.
Mas, especialistas apontam que é hora de começar a se preocupar com os índices e economizar.
Para a coordenadora da Aliança pela Água, Marússia Whately, movimento fundado durante a crise, que reúne ONGs e especialistas que estudam o tema, os índices não devem ser ignorados.
Um professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP também diz que, baseado no que vimos no passado recente, é hora de ligar um alerta.
Segundo levantamento da rádio CBN, a estiagem que atinge o estado já é a pior desde 2014, e 91 cidades paulistas já tomaram alguma medida contra a seca.
Veja o nível dos reservatórios nesta quinta-feira (26), conforme o site da Sabesp, que atualiza a situação dos mananciais:
Cantareira: 40,4%
Alto Tietê: 53,3%
Guarapiranga: 63,8%
Alto Cotia: 59,5%
Rio Grande: 74,6%
Rio Claro: 67,7%
Carga reduzida
O Cantareira, maior reservatório que abastece a Grande São Paulo, chegou a atender 9 milhões de pessoas só na região metropolitana de São Paulo, mas atualmente abastece 7,4 milhões após a crise hídrica que atingiu o estado em 2014 e 2015. Os sistemas Guarapiranga e o Alto Tietê absorveram parte dos clientes para aliviar a sobrecarga do Cantareira durante o período de estiagem.
Os índices dos outros cinco sistemas que abastecem a Grande São Paulo também tiveram queda na comparação com os níveis registrados no domingo.
Durante a crise hídrica, o volume útil do Sistema Cantareira acabou no dia 11 de junho e o abastecimento de água começou a ser feito com o volume morto através de bombeamento.
Em 18 de julho de 2015, o nível do Cantareira estava em menos de 10%. No mesmo dia em 2016, o nível havia subido para 47,5%. Em 2017, era de 64,7% e nesta quarta-feira (18) o manancial tinha apenas 41,5% da sua capacidade.
A represa Jaguari é a primeira do sistema Cantareira e serve de termômetro do manancial. Uma área que no ano passado estava coberta por água hoje está totalmente seca.
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