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Greve de motoristas de ônibus de SP acaba após TRT considerar paralisação abusiva e determinar multa de R$ 100 mil

Por maioria (9×1), os desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região consideraram nesta quarta-feira (29) a greve dos motoristas e cobradores abusiva e determinaram o retorno imediato ao trabalho. Depois do julgamento, o Sindmotoristas reuniu a categoria, e assembleia decidiu pelo fim da paralisação. O rodízio municipal de veículos foi mantido até o fim do dia.

Os desembargadores aplicaram multa de R$ 100 mil pelos dois dias de greve: R$ 50 mil pela paralisação do último dia 14, e R$ 50 mil pela greve desta quarta, revertendo o valor para entidades filantrópicas. Os magistrados determinaram ainda que seja descontado do salário dos trabalhadores um dia de trabalho pela paralisação. O reajuste salarial de 12,74% foi confirmado pela Corte.

Segundo o sindicato patronal, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo informa que também haverá renovação das cláusulas pré-existentes e pagamento do adicional de 100% das horas extras, para além das primeiras duas horas.

Em entrevista ao SP2, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) voltou a dizer que não vai aumentar as tarifas de ônibus.

Durante a exposição do voto, o magistrado Davi Furtado Meirelles afirmou sentir-se desapontado pela falta de lealdade do sindicato profissional, que deflagrou greve nesta data enquanto corria prazo no processo para negociação com o sindicato patronal. Ao final da sessão deixou um recado: “Tenham confiança na Justiça, respeitem as decisões judiciais. E, quando estiver próximo da data-base, tenham a grandeza de negociar e cumprir seus acordos. Se não for possível, a Justiça estará aqui para ajudá-los, e não para ser usada por nenhum dos lados.”

Os motoristas e cobradores iniciaram a paralisação das atividades na madrugada desta quarta após duas semanas da primeira greve. A decisão unânime foi tomada em assembleia na sede do Sindmotoristas, na Liberdade, na região central.

Apesar de sindicato patronal ter garantido reajuste salarial de 12,47%, trabalhadores afirmam que outras reivindicações, como hora de almoço remunerada, PLR e plano de carreiras, não foram atendidas.

A paralisação afetou os passageiros que, mesmo sabendo da greve, tinham esperança de conseguir se locomover para chegar ao trabalho. “A gente é brasileiro e a gente tenta”, disse Claudilene, no Terminal Barra Funda.

Outros usuários encararam estações de Metrô lotadas, tentavam conseguir uma carona ou dividir um carro por aplicativo para reduzir o custo, que ficou acima da média para o horário.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), classificou a greve como irresponsável e afirmou que o sindicato não cumpriu com a determinação judicial.

“É uma irresponsabilidade muito grande do sindicato, demonstra o descumprimento da determinação judicial, que foi muito clara, era obrigado a manter 80% da frota no horário de pico e 60% nos demais horários não-de-pico, e não cumpriram.”

Segundo a SPTrans, a paralisação afetou 675 linhas diurnas e 6.008 ônibus, que transportariam 1,5 milhão de passageiros no pico da manhã.

Por conta da greve, a prefeitura suspendeu o rodízio e liberou a circulação de veículos nas faixas e corredores de ônibus.

Durante a madrugada, 88 linhas do Noturno, de 150, não operaram.

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