Dubai prevê multa de R$ 70 mil para quem furar isolamento durante a pandemia
Para sair de casa, o jovem explica que é necessária permissão oficial do governo. Para isso, é preciso se inscrever no site do governo e solicitar a permissão, explicando a razão, dia e hora, origem e destino, além de forma de locomoção.
10 de abril de 2020
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Há oito anos morando em Dubai, cidade nos Emirados Árabes, o modelo brasileiro Victor de Oliveira, de 36 anos, afirma que nunca tinha visto a região parar como aconteceu diante da pandemia do novo coronavírus. Natural de Santos, no litoral paulista, o rapaz relata que o isolamento é obrigatório e são aplicadas multas equivalentes a até R$ 71 mil para quem desrespeita a medida de prevenção.

Victor foi contaminado pelo vírus, mas permaneceu assintomático. Ele só conseguiu saber que teve a doença porque o governo estava aplicando o teste em todos os moradores que estavam voltando de viagem. Agora, os testes estão sendo aplicados em toda a população. “Apenas senti uma leve falta de ar que durou dois dias, mas como sou asmático e estava praticando exercício, não posso atribuir ao vírus”, diz.

Conforme os dados oficiais divulgados pelo governo de Dubai, a cidade tem pouco mais de 2600 casos confirmados e 12 óbitos. “As multas para quem se recusa a cumprir o isolamento e coloca em risco a saúde de outros são altíssimas. Chegam até ao que equivale R$ 71 mil”, explica o brasileiro.

O modelo também relata que os testes são feitos gratuitamente em um sistema drive-thru, que funciona em diferentes pontos da cidade. “Funcionários do governo vão ate as áreas mais populosas e mais “modestas” de Dubai testando todos os habitantes. A higienização das ruas é feita com drones”, conta.

De acordo com ele, a cidade tem grande potencial turístico e mantém conexão com muitos outros locais, tendo um aeroporto sempre com enorme volume de pessoas. “Caso não houvessem medidas tão restritivas, os números de casos das doenças já estariam fora do controle. Acredito que o crescimento nos números nos últimos dias se deu por uma extensiva de testes nas ruas,”, explica.

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“Tudo mudou. Dubai era uma cidade dinâmica, de muita vida social. Essa seria a época do ano que teria o maior número de turistas, por ter um clima mais ameno do que no verão. Então as praias, bares, casas noturnas e restaurantes estariam sempre cheios. Assim como outros estabelecimentos e comércios. Dubai é muito social. Você toma café com um amigo, almoça com outro, vai tomar um vinho na casa de outra pessoa e vai a um barzinho com grupos de colegas. Estamos agora voltando um pouco à realidade do que é ficar em casa”, diz o modelo.

Conforme relata, a maioria das empresas manteve os funcionários com considerável redução salarial. “Como aqui o seu visto é vinculado ao seu trabalho, a sua empresa é responsável por você. Caso precise de assistência medica, os hospitais públicos atendem a todos e de graça. Tem empresas que tem hotéis para os infectados assintomáticos ou com sintomas mais leves, onde eles ficam isolados no quarto. Nesses locais há médicos e enfermeiras também hospedados para acompanhar os pacientes”, afirma Victor.

Inicialmente, de acordo com o brasileiro, havia apenas toque de recolher, das 20h às 6h, mas agora o isolamento total é obrigatório por lei, e não podem sair o dia inteiro.

Para sair de casa, o jovem explica que é necessária permissão oficial do governo. Para isso, é preciso se inscrever no site do governo e solicitar a permissão, explicando a razão, dia e hora, origem e destino, além de forma de locomoção. Depois, de acordo com o modelo, o morador recebe um SMS com a permissão, que é atrelada ao seu documento de identificação local. “Esse documento é uma mescla do nosso CPF e RG”, explica.

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“Acompanho pelas notícias, o drama de famílias que jamais saberão se o familiar morreu pelo coronavírus ou não. É muito triste. Acho que é importante que o teste seja feito em todos e que essa medidas de isolamento sejam bem rígidas, porque pelo menos aqui, é o que está mostrando um controle mais efetivo da doença”, conclui.

Crédito: G1
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