Em Embu das Artes, quilômetro 279 da BR 116, as filhas de caminhões ainda ocupam vários quilômetros da via
Após cinco dias de paralisação dos caminhoneiros, o presidente Temer ordenou nesta sexta-feira (25), a liberação para que as Forças Armadas e Polícia possam atuar contra caminhoneiros que mantenham as vias bloqueadas. Para ele a mobilização está sendo feita por uma minoria radical que está impedindo que “muitos caminhoneiros levem adiante o seu desejo de atender a população e fazer o seu trabalho”.
Após o pronunciamento do presidente, e da declaração do ministro da defesa, o general Joaquim Silva e Luna, que diz que a ação da Marinha e da Aeronáutica será “rápida, integrada e enérgica”, visando liberar a circulação em refinarias, portos e aeroportos, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), um dos sindicatos que recusou o acordo com o governo, pediu a suspensão dos bloqueios.
A Abcam em um comunicado, diz temer pela segurança dos caminhoneiros e ressaltou o fato de o presidente dizer que a paralisação está sendo feita por uma minoria, e afirma que 700 mil caminhoneiros autônomos aderiram à paralisação. “Já mostramos a nossa força ao governo, que nos intitulou como minoria. Conseguimos parar 25 estados brasileiros com mais de 504 interdições”.
O ministro da Segurança Pública Raúl Jungmann, afirmou que 45% dos bloqueios já haviam sido liberados, mas assumiu que ainda existem mais de 500 em todo o país, como disse a Abcam em seu comunicado. Segundo ele cerca de vinte empresários estão sendo investigados por crimes relacionados aos protestos.
Na altura do quilômetro 279 da BR 116, na cidade de Embu das Artes, a fila de caminhões ainda é enorme na noite desta sexta (25), e apesar de não terem concedido entrevistas, em conversas informais, os caminhoneiros afirmam que ainda não receberam nenhuma ordem de retirada dos veículos da via, e que mesmo que esta venha, eles serão irredutíveis, e ficarão por lá até a próxima segunda-feira (28).
Por Ana Carolina Rodrigues
Foto: Thais Marinho