Mães, crianças e voluntários da Ong Solar dos Unidos estiveram presentes na 4º sessão ordinária da Câmara Municipal de Taboão da Serra, na última terça-feira, dia 8, em protesto pacífico no plenário contra a rescisão de contrato da prefeitura com a entidade. Até mesmo os vereadores da base do governo Fernando Fernandes (PSDB) criticaram a decisão tomada pelo Executivo e reforçaram o apoio aos beneficiados pela Ong Solar dos Unidos, que atende cerca de 175 crianças.
Segurando faixas escritas “Não queremos regalias e nem mordomias, apenas educação para as crianças”, representantes da Ong Solar dos Unidos fizeram o uso da tribuna popular.
A munícipe Deise Meure falou: “Espero que nos ouçam com o coração. Nós, do Solar dos Unidos, não aguentamos mais. Estamos sofrendo açoites em nossos projetos, mas não perdemos a nossa essência. Não estamos aqui (plenário) por acaso ou por questões partidárias. Conversamos com o prefeito (Fernando Fernandes) e ele nos garantiu que não iria cortar os nossos projetos e hoje estamos com esse prazo marcado para este fim, é triste porque muitas mães precisam do Solar. O prefeito quer mandar essas crianças para um projeto falido, que dá duas vezes por semana biscoito e suco.”
Outra munícipe a falar foi Lucélia Maria. “Estamos nessa luta pedindo ajuda dos vereadores e todos sabem como é lindo o trabalho da Ong. Quero propor um desafio a todos vocês vereadores, que ‘vestissem essa camisa’ a favor das crianças, dos jardins Iracema e Clementino, porque não temos lugares para colocar essas crianças.”
Para o líder do governo, vereador Dr. Eduardo Nóbrega (PSDB), que afirmou não dialogar com o prefeito Fernando Fernandes desde dezembro de 2017, “como presidente da Comissão de Saúde, Educação e Assistência Social, vou entrar em contato com a secretária Arlete Silva para saber se ela poderá vir até aqui (Câmara Municipal) esclarecer quais são os motivos apresentados, levando o governo a romper o convênio com o Solar dos Unidos. Estou muito assustado. Se o governo desta cidade está dando duas bolachas para as crianças comerem, aí temos que ter uma intervenção urgente, na Secretaria, ou melhor, no atendimento do CRAS”, contestou o vereador Eduardo Nóbrega.
O segundo a fazer o uso da palavra foi o vereador Marcos Paulo (PPS). “Quero buscar entender melhor o porquê de penalizar 175 crianças e também dizer que tem vontade política. Sou contrário a essa decisão, uma vez porque se está havendo no nosso CRAS a questão de dar duas bolachas para uma criança, ao invés de cancelar, porque não se investe melhor?” questionou o vereador.
O vereador André Egydio (PSDB) reforçou dizendo que “nenhum vereador é a favor do corte do convênio com a Unidos Solar”. A vereadora Érica Franquini (PSDB) frisou: “eu não poderia deixar de subir nesta tribuna. Eu sei o que vocês (Solar dos Unidos) estão passando. É importante procurar saber onde está o erro e o porquê do prefeito cortar (o convênio)”, salientou Franquini.
Para o vereador Carlinhos do Leme (PSDB), “não teria com não subir nesta tribuna e falar do corte, que a gente torce para que não venha acontecer. Eu não quero acreditar nessa decisão do prefeito Fernando Fernandes, indiferente de partidos políticos.”
O veto parcial em manutenção da ampliação solicitada pelo prefeito, que dispõe sobre a isenção fiscal de impostos às organizações não governamentais (ONGs) e entidades religiosas foi aprovado por unanimidade pelos vereadores.
Veto do projeto “Câmara no Seu Bairro”
Os vereadores derrubaram o veto do projeto de lei de autoria do Professor Moreira (PSD), onde solicita que sejam realizadas sessões ordinárias fora do plenário da Câmara Municipal, denominado como “Câmara no Seu Bairro”.