Mônica Maria Silva dos Santos de Castro, de 46 anos, abriu sua casa e concedeu uma entrevista exclusiva ao Primeiro Notícias. Ela mora no bairro do Jardim Dom José, em Embu das Artes, e foi a grande sortuda do quadro “Quem Quer Ser Um Milionário?”, do programa Caldeirão do Huck, da TV Globo. Mônica foi a primeira diarista a participar do jogo de perguntas e respostas, sendo a única mulher a ganhar mais que os demais participantes, premiada em R$ 50 mil.
Nascida em Maceió, capital de Alagoas, Mônica mora em Embu das Artes há 24 anos com seu marido Denilson e filhos, Danilo, de 23 anos, e o caçula Murilo, de 6 anos. O mais velho é formado em Analista de Sistemas. “Meu legado são meus filhos. Serão eles o futuro do amanhã, sendo bons cidadãos”.
O interesse de Mônica em participar do programa surgiu enquanto ela estudava pela internet. “Como eu faço faculdade virtual, eu estava assistindo minhas aulas e fui curiar pelo Facebook. Foi quando decidi assistir os vídeos do Big Brother. Eu vi uma mensagem falando sobre o novo quadro do Caldeirão do Huck (Quem Quer Ser Um Milionário?). Me inscrevi, e coloquei os meus dados”.
Inscrição feita, ela conta que se esqueceu dias depois. Mônica chegou a chorar quando recebeu o telefone quase dois meses depois de sua inscrição. A diarista teve que participar de um processo seletivo que durou um mês até ser chamada para a gravação do programa nos estúdios do Projac, na Globo, no Rio de Janeiro. “Eu encarei como se fosse um processo seletivo de trabalho, e não um jogo ou uma brincadeira. Você tem que entender o lugar que está. Não é porque eu sou diarista que eu não sei falar, me vestir, que eu sou analfabeta… eu não sou. Quando fala em ser diarista ou empregada as pessoas menosprezam. Eu mostrei postura durante as entrevistas, eles gostaram bastante”.
A embuense foi capaz de emocionar a produção e a direção do programa Caldeirão do Huck. “Todos choraram com a minha história e eu também chorei muito. Cada pergunta que fizeram pra mim…”.
Mônica é apaixonada pela educação e sempre persistiu para alcançar seu objetivo de vida. Nos anos 90 chegou a fazer supletivo na Escola Teodomiro, depois seguiu os estudos na Escola Estadual do Jardim da Luz. Antes já havia tentado na Escola Estadual Irmã Irian Kunz, mas não conseguiu. Ela também estudou pelo Instituto Universal Brasileiro.
Agora no ensino superior, Mônica estuda a distância o curso de licenciatura em Biologia pela Univesp. “Quero ser professora e futuramente pretendo fazer faculdade de Sociologia. Na minha concepção, o que falta nas escolas é a vontade de aprender e ensinar. Falta motivação para muitos professores e os alunos estão desinteressados pelos estudos. Temos que tratar os alunos como pessoas, as crianças são as coisas mais lindas que têm, por isso nós, profissionais da educação, temos que saber da vida daquela criança, da onde ela vem e as dificuldades que ela passa”.
Seu maior sonho e comprar uma casa para sua mãe de 64 anos, que sofre de mal de Parkinson. Se possível, até mesmo duas casas. “Eu tenho o sonho de comprar uma casa própria, por isso resolvi me inscrever no programa. Comprar uma casa para minha mãe. Se eu pudesse poderia ter duas casas, mas tendo uma pra minha mãe já estaria bom. Com estrutura térrea, sem escadas ou elevador, pra quando ela saísse para a rua ou fosse para o quarto não tivesse problemas”.
Mônica já tem planos para fazer com o dinheiro que recebeu no Caldeirão do Huck. Com uma parte do prêmio, ela comprou uma geladeira Frost Free. Além disso, pretende viajar com sua família, marido, os dois filhos e a mãe, com destino a sua cidade natal Maceió- AL, ainda neste segundo semestre. “Faz 26 anos que eu não vejo ninguém de lá, a última vez foi em 91. Nunca viajamos juntos para fora de São Paulo. Minha mãe não gostou muito da ideia de ter que viajar de avião, mas vamos nós todos e estou muito feliz”.
Sobre Embu das Artes, Mônica disse estar feliz onde mora, no bairro do Jardim Dom José. Não tem problemas com a segurança do bairro, mas sente falta de um espaço de lazer, como um shopping center.”O que me incomoda é a distância pra tudo. Minhas coisas eu faço em São Paulo, aí fica difícil. Trabalho no Real Park, tenho que ir até a Cidade Jardim e depois retornar. Outra questão é a falta de um shopping center na nossa cidade, até Itapecerica já tem um shopping, menos a gente. Eu adoro shopping, mesmo que não seja pra comprar, mas é gostoso poder passear com minha família, como ir ao cinema”.
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