Nova fase da Operação Contágio da Polícia Federal, realizada nesta terça-feira (23), apreendeu uma lancha de luxo e tenta cumprir quatro mandados de prisão, entre eles os de dois médicos, investigados por desvios de recursos públicos por meio de Organizações Sociais (OSs).
As OSs atuam na área da saúde nos municípios de Hortolândia, Embu das Artes e Itapecerica da Serra, no Estado de São Paulo.
Também foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão nestas cidades. Na casa de um dos médicos foram localizados, nesta terça, R$ 200 mil.
A Justiça determinou também o bloqueio de R$ 40 milhões que eram movimentados pela quadrilha e a suspensão da atividade econômica de algumas empresas subcontratadas que seriam utilizadas para a prática de crimes.
A primeira fase da operação ocorreu em abril deste ano. Segundo a PF, as organizações receberam mais de R$ 300 milhões durante os últimos três anos – em especial durante a pandemia de Covid-19, sem terem capacidade técnica para gerir os contratos.
O esquema consistia no superfaturamento do fornecimento de bens e serviços, como plantões médicos e medicamentos, além da realização de serviços simulados, como de assessoria.
Durante a deflagração da 1ª fase, um dos investigados tentou de maneira frustrada se desfazer do computador e do aparelho celular lançando-os no telhado. Outros investigados apagaram as mensagens dos celulares antes da chegada dos policiais, na tentativa de dificultar o acesso pelos peritos criminais federais.
A nova fase da investigação descobriu que um guarda municipal participava do esquema de lavagem de dinheiro e teria sacado em espécie R$ 18 milhões. Durante as investigações, a Polícia Federal apreendeu também R$ 500 mil em uma sala secreta da OS em Cotia.