A estreia dessa coluna é para falar da saúde de Embu das Artes. Diariamente na redação recebemos denúncias envolvendo a saúde, diversos relatos do atendimento recebido pelos pacientes nas Unidades Básicas de Saúde, e principalmente nos serviços de urgência e emergência. E como costumo dizer, jornalista produz a notícia, e não vira notícia! Mas o relato de hoje é pessoal quando virei notícia, ou quase.
No dia 10 de julho após um cochilo acordo com 38.8, febre e alta – evidenciou uma amiga. Além da febre, um inchaço nas mãos e perna. A primeira ida a Unidade de Pronto Atendimento – UPA Santo Eduardo, o médico receitou decadron e na medicação a enfermeira afirma, “não tem decadron, vai tomar só o voltaren”.
O inchaço não passou. Outras idas a emergência aconteceram nos dias 11, 12, 13, 14, até que no dia 15 de julho, a médica alertou, “vou te internar para investigar o inchaço com pedido de ultrassom com urgência”. E assim ocupei um dos leitos do Pronto Socorro Central de Embu das Artes por cinco dias. No mesmo quatro, outras três pessoas.
Dou uma pausa no meu relato para destacar que uma paciente que estava no mesmo quarto veio a óbito após alguns dias de descaso e abandono. Eu presenciei essa senhora um dia inteiro sem se alimentar e também sem ser trocada. Infelizmente não resistiu. Veja a matéria aqui.
Voltando ao meu relato, o exame com urgência não foi feito na quinta e muito menos na sexta-feira. Uma enfermeira avisa que o exame só é feito de segunda a sexta, ou seja, teria que aguardar o final de semana. No sábado à tarde colocam uma medicação e sinto a mão inchar mais, aviso a enfermeira que de forma rude fala que não pode fazer nada. Eu observo que a medicação não tem identificação e exijo que seja retirada.
Saio andando pelo Pronto Socorro em busca de uma solução. A responsável pelo plantão fala que não pode fazer nada. Achei o médico e ele falou que pode ter dado uma reação, que iria trocar a medicação. A enfermeira chegou no quarto e falou que o médico receitou outro medicamento, era Diazepam – um amigo me falou no whatsapp, “você deve dormir em poucos minutos”. Sim, era calmante.
Na segunda-feira, dia 19 de julho, o médico passa em cada leito e fala “Pronto Socorro não é lugar de ficar tanto tempo, o exame não foi feito com urgência então vou te dar alta e você procura um especialista”. E assim foi feito, guias de encaminhamento e receita para casa. Sem qualquer esclarecimento sobre o inchaço. Uma semana depois, uma nova internação com exame positivo de Covid-19, que peguei no Pronto Socorro Central, mas esse relato deixamos para um próximo texto.
**O Pronto Socorro Central assim como a UPA Santo Eduardo e o Hospital Leito do Vazame são administrados pela empresa Associação Metropolitana de Gestão (AMG).
Coluna No Sigilo – Relatos de uma jornalista nos bastidores por Adriana Monteiro
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