O município de Embu das Artes foi o que mais desmatou a Mata Atlântica na Grande São Paulo em 2022, ficando em terceiro lugar se consideradas todas as cidades do estado. Foram perdidos 14,29 hectares entre janeiro e outubro, o equivalente a mais de 17 campos de futebol (veja mais no gráfico abaixo).
Os dados fazem parte do boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) Mata Atlântica divulgado nesta terça-feira (31), uma parceria entre MapBiomas, SOS Mata Atlântica e Arcplan.
Na região metropolitana, Cotia e a capital também estão na lista de municípios que mais desmataram a vegetação:
Cotia: 10,76 hectares (7ª posição);
São Paulo: 9,91 hectares (9ª posição).
Franco da Rocha e Guarulhos aparecem na 17ª e 18ª posições do ranking — com 5,11 e 5,01 hectares de área desmatada —, respectivamente.
Segundo o MapBiomas, o SAD utiliza uma classificação automática de indícios de desmatamento baseado na comparação entre imagens de satélite Sentinel 2 (dez metros de resolução) e é capaz de identificar indícios de desmatamento a partir de 0,3 hectare, tornando visíveis focos não detectáveis em outros sistemas.
“Como estamos pela primeira vez vendo o desmatamento nesse nível de detalhe, não é possível comparar esses resultados a valores anteriores. Estamos criando uma nova linha de base, que será uma referência para um novo padrão de monitoramento com informações essenciais para entender e planejar a conservação e restauração da Mata Atlântica”, explicou Luís Fernando Guedes Pinto, diretor-executivo da SOS Mata Atlântica.
Desmatamento de Mata Atlântica no Brasil em 2022
Segundo o boletim do SAD Mata Atlântica, o Brasil teve 48,6 mil hectares de área desmatada nos dez primeiros meses de 2022.
Bahia, Minas Gerais e Piauí aparecem como as unidades da federação que mais desmataram (43% do total registrado):
Bahia: 15.814 hectares
Minas Gerais: 14.389 hectares
Piauí: 6.232 hectares
“Nos três estados, a grande maioria das derrubadas foi causada pela agricultura: 73,2% na Bahia, 93,4% em Minas Gerais e 64,5% no Piauí. Essa também é a realidade em todo o bioma, onde 86,4% da área foi derrubada com a mesma motivação”, informou o MapBiomas.
Para Guedes Pinto, os dados confirmam a alta do desmatamento no bioma em comparação com outros, como a Amazônia.
“Os grandes desmatamentos em área contínua estão relacionados à expansão agropecuária em grande escala, também indicando falhas na fiscalização e combate ao desmatamento, o que também marcou 2022 em todo o Brasil”, apontou.
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