Absolvido pelo TSE, Geraldo Cruz diz que ainda está indeciso sobre futura candidatura
Geraldo Cruz recebe parecer favorável do TSE e pode concorrer às eleições
1 de junho de 2017
Geraldo Cruz em seu escritório no Jd. Independência, em Embu das Artes (Foto: Rodrigo Lopes)

Na entrevista coletiva cedida em seu escritório político na tarde de quarta-feira, dia 31, um dia após a decisão favorável do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de suspender sua cassação de diploma e inelegibilidade, o deputado estadual Geraldo Cruz (PT) esclareceu que, mesmo com o resultado positivo, ainda é cedo afirmar candidatura nas próximas eleições de 2018. Além disso, o ex-prefeito de Embu das Artes disse que o processo de cassação influenciou nos resultados das eleições para prefeito no município no ano passado.

Geraldo Cruz foi acusado de abuso de meios de comunicação em ter os artigos de sua autoria publicados no jornal Folha de Embu, em período pré-eleitoral.

Segundo o deputado, dois advogados, um de São Paulo e outro de Brasília, foram responsáveis pela sua defesa diante do processo elaborado pelo Tribunal Superior Eleitoral. “O mais importante é que a justiça conseguiu consertar. Isso nos impediu de muitas coisas, impossibilitando a comunicação e a transparência dos trabalhos realizados. Esse tempo foi doloroso pra mim, principalmente pela história política de 30 anos de mandatos letivos, todos eles sem responder nenhum processo criminal. Não desviei recursos e nunca precisei estar fugindo da polícia”, disse o parlamentar.

Geraldo Cruz frisou que a coletiva foi convocada para prestar esclarecimentos aos seus eleitores. De acordo com o deputado, “uma pesquisa, logo depois das eleições de 2016, constou que 30% das população não votou pelo fato de estar cassado. É óbvio que esse processo influenciou bastante no resultado. A população do Embu já conhece as nossas propostas, sabe como nós governamos, mas a decisão do TSE afetou, claro que afetou […]”, ressaltou.

Questionado sobre a validação dos seus votos em hipótese de cassação da atual gestão executiva de Embu das Artes, Geraldo disse: “Mesmo se os 35 mil votos fossem validados, caso a atual administração fosse cassada, não seria possível a minha posse. Seria convocada novas eleições”.

Em seu segundo mandato como deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores, Geraldo Cruz deu sua opinião quanto a postura de oposição ao governo municipal feita pelos três vereadores do PT e aliados eleitos para o pleito 2017-2020 de Embu das Artes (Doda Pinheiro, Edvânio Mendes e Rosangela Santos); André Maestri e DrªBete (PTB).

“Eu não posso, nem tenho, nem sou instrumento para responder a essa pergunta. Mesmo sendo oposição, eu torço muito para que qualquer administração, seja na minha cidade, estado e país, dê certo. Uma administração bem sucedida trás benefícios a população, no entanto, estou muito preocupado com a atual situação do Embu. O novo diretório do PT de Embu das Artes promete fazer uma oposição consequente e madura”, salientou o deputado.

O parlamentar diz reconhecer a crise financeira pública no executivo de Embu das Artes, mas, segundo ele, “não justifica a falta de política pública”. “A crise serve para que a gente possa se superar com ações propositivas”, enfatizou.

Ele completou, dizendo: “Imaginem a prefeitura como nossa casa e se todos dentro dela fossem atingidos pela crise, com as contas fora do dia e ninguém tendo condições de quitá-las. A prefeitura funciona assim, mas a única diferença é que a prefeitura tem uma proporção muito maior”, finalizou.

O deputado também falou sobre a crise política no país nos últimos tempos e que em momento algum pensou em deixar o partido dos trabalhadores mesmo diante das acusações na Operação Lava-Jato. “Tenho convicção de que houve erro sim, e mais certeza ainda que houve mais acertos do que erros. Se provarem que Lula tem dinheiro em bancos fora do país e que os apartamentos (Triplex, em Guarujá) são, de fato, dele, eu também serei contra ele”, ressaltou o deputado que ainda afirmou nunca ter recebido dinheiro de ‘Caixa 2’ , negando qualquer envolvimento com as empresas citadas na Lava-Jato.

Geraldo Cruz diz manter “uma boa relação política com os prefeitos da região do Conisud”, que para ele é prioridade. “Não existe nenhuma barreira, até o momento, sobre o envio de recursos na região, ainda estamos discutindo uma lei onde facilitará o acesso aos medicamentos especificamente em Embu das Artes, no qual o cidadão poderá pegar esse remédio em qualquer farmácia e a prefeitura ou o estado ficaram responsáveis por reebolsar esse custo”, falou o deputado que trabalha pela aprovação da Lei Nota Fiscal da Saúde na Assembléia Legislativa.

Com a decisão do TSE, aumentou a repercussão por uma possível candidatura de Geraldo Cruz nas eleições do ano que vem, tanto para deputado estadual quanto federal. Geraldo Cruz disse estar indeciso, mas que está à disposição do diretório do PT. “Eu não sei se vou me candidatar em 2018. Pra ser sincero, não é a minha vontade em se tornar deputado estadual novamente, mas depende da decisão do partido (PT). É muito difícil disputar uma eleição de dois em dois anos, gera muitos gastos”, encerrou.

Crédito: Rodrigo Lopes
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