Foram cinco anos de obras e a última etapa de duplicação do trecho mais perigoso da Rodovia Régis Bittencourt, conhecida por populares como “Rodovia da Morte”, será entregue nesta terça-feira (19). Serão liberados os trechos entre os quilômetros 349 e 354 e entre os quilômetros 357 e 362, com uma duplicação de 30 quilômetros entre os municípios de Juquitiba e Miracatu, região da Serra do Cafezal.
Por mais de meio século, a Serra do Cafezal foi considerada um dos trechos mais perigosos das rodovias federais. Trajeto temido até pelos motoristas mais experientes. Com a duplicação, a expectativa é pela redução de acidentes. Em 2012, a estrada registrou 175 mortes em acidentes. Em 2017 foram 76.
Além disso, o trecho também era ponto constante de congestionamentos, especialmente durante as obras, o que faz motoristas de caminhões e ônibus consultarem seus colegas por rádio antes de passar pelo local. “Tudo que é serra é perigoso. Eu já cheguei a ficar ali três horas pra descer”, diz o caminhoneiro José dos Santos. O medo de assaltos sempre foi constante.
O trecho de Miracatu ficou por último na duplicação porque, até 2011, a concessionária não tinha a licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para mexer na região. A licença só saiu no fim de 2012, e as obras finalmente começaram no ano seguinte. Centenas de espécies de plantas e de animais foram transferidas para outras reservas. E as máquinas entraram na mata.
Cortando a floresta, passando pelo meio das rochas, 4 túneis e 39 pontes e viadutos foram construídos. Eles vão atender os pelo menos 25 mil veículos passam por dia pela Serra do Cafezal, sendo 60% deles caminhões.
Segundo o gerente de tráfego da concessionária Autopista Régis Bittencourt, Francisco Pires de Oliveira, a obra teve um custo de R$ 1,3 bilhão. A concessionária realizou testes de segurança e simulou acidentes no novo trecho.
A rodovia foi concedida à inciativa privada há 10 anos.
Com informações do Bom Dia SP