Moradores denunciam bota-fora em Itapecerica da Serra
Uma obra está sendo realizada na rodovia Prefeito Bento Rotger Domingues; alvará municipal autoriza a movimentação interna em propriedade, desde que sejam informadas a origem do material terroso e a empresa responsável pela realização do transporte
29 de julho de 2019
(Foto: Estadão )

Moradores do bairro Jardim das Palmeiras em Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo, denunciam um ‘bota-fora’, nome como é conhecido ponto de descarte de entulho. Geralmente, resíduos são descartados irregularmente por empresas e também moradores.

“Está em andamento um projeto de um gigantesco bota-fora na rodovia Prefeito Bento Rotger Domingues, em Itapecerica da Serra, próximo ao Condomínio Petrópolis. Com autorização da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), responsável pelo licenciamento, e da Prefeitura de Itapecerica da Serra, trata-se de um aterro de 61 mil m2 que pretende movimentar três milhões de metros cúbicos de terra e gerar o tráfego de 250 mil viagens de caminhões, em um período de quatro anos”, disse a presidente da Associação Ecológica Preservar Itapecerica da Serra, Adriana Abelhão.

A presidente da Associação Ecológica Preservar Itapecerica da Serra afirma que os moradores temem que estejam usando um projeto de centro de esportes e eventos como fachada para ocultar a utilização como aterro e bota-fora. A pedido dos moradores, o engenheiro responsável pela obra foi até a associação no dia 31 de maio para apresentar o projeto.

“Quando questionado pelos moradores sobre a viabilidade econômica da iniciativa, pois durante o período de implantação de quatro anos, o clube ficaria sem atividades e sem renda, ele disse apenas que aceitava sugestões dos moradores para a implantação do projeto em outra área. Fica claro para a população que se trata efetivamente de um aterro, bota-fora, com um projeto de clube de fachada, pois segundo a lei de zoneamento, são permitidos empreendimentos ligados a esporte, turismo e lazer, mas proibidos aterros ou lixões.

O vale abrange uma área de preservação permanente, com cursos d’água e nascentes, onde, segundo relato da moradora Célia Regina Panzardi, transitam animais como o veado mateiro, o gambá de orelha preta e o quati. Foi, inclusive, aberta uma via para acesso ao local.

Os munícipes também questionam a destruição de mananciais e habitat de diversos animais silvestres. Além disso, o trânsito intenso de caminhões também traz riscos à população.

“O material será despejado na pista, o que pode provocar derrapagens e mais acidentes. Moradores estão preocupados com a poluição sonora e do ar advindos desta atividade. Não houve qualquer aviso aos moradores sobre os horários desta circulação que afetará a vida de todos que acessam a rua Canarinho e que transitam pela rodovia Prefeito Bento Rotger Domingues”, ressaltou Adriana Abelhão.

Duas representações ao Promotor de Meio Ambiente de Itapecerica da Serra forma feitas em nome da Sociedade Ecológica Preservar Itapecerica da Serra e da Associação Residencial Jardim Petrópolis, questionando o empreendimento e pedindo providências.

POSICIONAMENTO

A Prefeitura de Itapecerica da Serra, por meio da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente (SPMA), informa que a obra citada está sendo realizada na rodovia Prefeito Bento Rotger Domingues, matrícula nº 20.737, na rua Canarinho, 65.

“A SPMA esclarece que a intervenção no local foi aprovada por meio de alvará metropolitano nº 721007/2019 da Cetesb, expedido em 28 de março. O município expediu alvará municipal GTLA nº 637/19, nos termos do alvará metropolitano, em 17 de maio”, destacou a nota.

Segundo a pasta, o alvará municipal autoriza a movimentação interna na propriedade, desde de que informadas a origem do material terroso e a empresa responsável pelo transporte da mesma, que deverá seguir as normas de segurança vigentes.

A secretaria ressalta que se trata de área particular, conforme descrito na matrícula nº 120.737.

Quanto a reunião de moradores, a SPMA esclarece que os moradores tiveram uma reunião com o secretário Fábio Cravo Roxo em 25 de junho.

Crédito: Estadão
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