Morador de Embu das Artes desde 1997, Abaldino Ferreira da Silva, conhecido na política como Gabino Silva, é o novo presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Embu das Artes. Nas eleições diretas para a composição da nova presidência do partido, realizada no dia 9 de abril, Gabino venceu o seu adversário Anésio Martins por 13 votos de diferença, 201 a 188. Mais de 414 filiados participaram do PED – Processo de Eleições Diretas.
O novo presidente do diretório municipal concedeu uma entrevista exclusiva ao Primeiro Embuense. Gabino Silva contou suas ideias e projetos para os próximos 2 anos, as decisões futuras do PT diante do atual Executivo de Embu das Artes e sua relação com o deputado estadual Geraldo Cruz, que apoiou seu adversário nas últimas eleições.
“Tivemos um debate bom, sem rasura, sem briga e transparente. O Anésio é uma pessoa que eu admiro muito, mesmo assim era meu adversário político. Eu consegui me organizar junto com João Leite, vereador Doda Pinheiro e Edvânio Mendes. Sabíamos que não seria fácil, até porque do outro lado tinha a companheira vereadora Rosangela Santos e o deputado estadual Geraldo Cruz, mas nos organizamos e fomos pra briga, a eleição não deixa de ser uma briga”, resume Gabino Silva.
Segundo o presidente eleito, a intenção de mostrar o projeto aos filiados do partido deu certo, firmando seu compromisso e ciente dos desafios futuros. Ele pretende fortalecer as relações com os três vereadores que representam o partido no legislativo municipal: Doda Pinheiro, Edvânio Mendes e Rosangela Santos. “Além disso, sei que preciso trabalhar com o deputado (deputado estadual Geraldo Cruz) em seu gabinete, mesmo diante das divergências que existem, mas estou bem preparado”, explica.
Gabino foi bem claro em dizer que o partido dos trabalhadores é oposição a atual administração municipal.”Vamos ser oposição com responsabilidade. Tudo que sair de bom para Embu, a bancada dos vereadores vai estar junto, mas o que acharmos que não será bom para a população, a bancada será contra e apontar os melhores caminhos. O que for decidido passará pelo diretório municipal do Partido dos Trabalhadores”, destaca o presidente.
Questionado sobre a atual renovação política, Gabino Silva esclareceu que o PT de Embu das Artes não tem dono e que nenhuma pessoa pode achar que é maior que o partido.”Nem o próprio Lula, nem Geraldo Cruz, e muito menos Gabino Silva. O PT tem organização, tem estatuto e é necessário se dar oportunidades para novas lideranças”, disse. Pai de três filhos, sendo dois filiados, Gabino acha que o partido perdeu muitos jovens.
Gabino Silva começou a atuar no PT quando Paulo Gianini foi candidato a prefeito nos anos 80. Naquela época, mais precisamente em 1998, seu irmão se lançou como candidato a vereador de Embu das Artes, e foi então que Gabino passou a ajudar ele. O irmão não ganhou a eleição e resolveu sair da política. A partir daí, Gabino começou a participar com mais efetividade na política.
Em 1992, ele se filiou ao Partido dos Trabalhadores. Gabino já se candidatou quatro vezes para vereador na cidade querendo representar a região do Jardim São Marcos, nos anos 90. “Naquela região do São Marcos, era difícil encontrar candidato que saísse do PT, e como eu tinha uma atuação no esporte, resolvi me candidatar. Sou sincero, em dois momentos eu tive que me candidatar para ajudar o partido, mas em 2000 estava decidido e preparado para me candidatar no governo Geraldo Cruz”. Nas eleições daquele ano, 5 vereadores do PT foram eleitos, exceção de Gabino Silva que foi o 6° melhor votado.
Novamente em 2004, Gabino se candidatou novamente e ficou entre os vereadores do PT mais bem votados, obtendo 913 votos nas urnas, porém, mais uma vez não conseguiu. Em 2008, ele começou a apoiar o ex-vereador João Leite. Gabino já foi seccretário de governo na administração de Geraldo Cruz e posteriormente assumiu a pasta de Orçamento Participativo.
Até o ano 2000, Gabino Silva não tinha o ensino médio completo e hoje ele afirma estar mais preparado depois de ser pós-graduado em psicologia organizacional.
“Tenho orgulho de ser petista. O número 13 me acompanha e foi essa a diferença de votos para o meu adversário Anésio”, finalizou.
