Crack ameaça 558 das 645 cidades de SP
29 de maio de 2017
(Foto: Epitácio Pessoa/Estadão)

Em 193 municípios do interior, nível de problemas é muito alto, conforme a Confederação Nacional de Municípios

O crack não para de avançar por São Paulo. Dos 645 municípios do Estado, pelo menos 558, incluindo a capital, enfrentam problemas relacionados à droga, conforme mapeamento do Observatório do Crack, da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Em 193 cidades do interior, o nível desses problemas é muito alto, segundo o ranking, atualizado em tempo real com informações de prefeituras. Em outras 259, o alerta é médio; e, em 105, baixo.

Apenas 20 cidades disseram não ter problemas com o crack. Outras 67 não responderam oficialmente o levantamento. Mas entre elas está, por exemplo, Sorocaba. A cidade, de 652 mil habitantes, tem 49 pontos de consumo identificados em levantamento feito pela Câmara dos Vereadores.

Outras cidades que não responderam à consulta são Campinas, Piracicaba, Jundiaí e Franca, mas em todas há relatos de pontos de consumo coletivo de crack. Em Votorantim, que já aparece no ranking oficial com nível médio de problemas, a reportagem levantou cinco minicracolândias apenas na região central. Foi numa delas que I., de 23 anos, se enfurnou com o filho de 3 meses, após fugir de casa.
O marido, o pedreiro José Diniz de Oliveira, de 47, a encontrou às 5 horas, em um local conhecido como “bosteiro”, no meio de uma dezena de usuários e a levou para casa. “Não deixei mais ela sair com a criança, mas ela chamou a polícia. Quando vi, a viatura estava na frente de casa. Expliquei aos policiais, mas eles disseram que era um direito dela e, se eu a retivesse, eles me prenderiam.”

A jovem mãe desapareceu outra vez com o filho. Oliveira recorreu à Justiça e conseguiu a guarda do bebê. A mãe continuou no crack.

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Na quinta-feira, ele havia rodado pelas “biqueiras” (pontos de venda) e minicracolândias sem encontrar a mulher. Sua mãe o ajuda a cuidar do bebê.

Sem desistência. Ele conta que I. era usuária, mas tinha abandonado o crack quando a conheceu. “Ela ficou dois anos sem usar, achei que estava livre e nos casamos. Um dia, já grávida, fugiu e foi parar em uma biqueira. Consegui internação em uma clínica, mas ela ficou só 30 dias, saiu e voltou a usar. Aí descambou. Dei uns 20 celulares e ela perdeu todos para a droga. E está assim, sai, fica três dias fora e volta arrebentada. Não vou abandoná-la, sei que é uma doença e precisa de ajuda.”

Com a ajuda de um vereador de Sorocaba, ele conseguiu na sexta uma vaga para que ela seja internada.

Crédito: José Maria Tomazela, O Estado de S.Paulo
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